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sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Numa sexta de manhã...

Estava eu, passando pela rua, coisa rotineira, nada de especial, estava próxima à Unidade Básica de Saúde, quando ouvi um pobre senhor aparentemente enfermo, de aparência abatida falando entredentes – ‘Hoje é hoje, amanhã é amanhã’.

Não pude deixar de ouvir, já que eu estava a mais ou menos um metro de distância. Eu me ri por dentro num primeiro momento, passados alguns segundos refleti sobre a teoria filosófica daquele velhinho, senti-me envergonhada por ter achado graça, já que essa simples frase que ele falara para a assistente do posto de saúde, na minha mente passaram muitas coisas, eu tenho mesmo mania de ficar adivinhando os problemas das vidas das pessoas, de tentar saber o que elas estão pensando e se eu posso fazer algo para ajudar. Pensei que ele já não tivesse muitas expectativas para sua humilde vida, a falta de recursos financeiros poderia ser a fonte dos problemas... quem sabe?
Foi quando me senti culpada por as vezes achar que tudo está ruim, sei sei... Foi assim que percebi o verdadeiro sentido daquela frase, temos que aproveitar cada dia, cada minuto do presente, até mesmo porque o passado já se foi e não há o que fazer para o tempo voltar, e do amanhã pouco se sabe e muito se sonha.


(por:Natália Cardoso)