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domingo, 30 de dezembro de 2012

Retrospecto interior rumo ao novo


Como analisar os últimos 364 dias que vivi? Foram tantas cenas no filme de minha vida neste 2012... Uma coisa posso afirmar com convicção: Eu evolui.

Se rebobinássemos este filme gostaria de poder reeditar vários capítulos, coisa impossível no grande lance chamado vida. E quer saber? Acho mesmo que só tenho que agradecer...

Um ano de perdas e ganhos. De lágrimas e sorrisos. E de uma carga que não desejo para o ano que vem. Embaçado, eu diria... talvez mais livramentos do que perdas, ainda não sei analisar. Tive a maior tristeza dos últimos tempos, a morte de Kika, minha poodle, que ganhei quando tinha 9 anos, quando mudei pra Urânia.

Entrei pra este ano embaixo de chuva, e tomei muitas delas indo de moto pra faculdade. Fiquei sem gasolina no meio do caminho e tive que empurrá-la por quarteirões. Tentei muito conseguir meu lugar ao sol no meio jornalístico. Morei em duas repúblicas e tive grande aprendizagem, conheci pessoas que vou levar pra toda vida. Tive a casa invadida por ladrões e passei grandes sufocos. Adotei uma vira-lata que fez nossas vidas muito mais feliz. 

Por ora, queria deletar tudo de ruim, como se um grito, ou alguns minutos de histeria, horas de choro ou apenas silêncio fossem resolver meus problemas. Aí entra a evolução. Dou um jeito de botar um sorriso na cara, uma nova maquiagem e tudo bem. Na maioria das vezes essa é a única maneira de sobreviver. Venci o medo, os pavores e as necessidades internas que me assolavam. Hoje me sinto bem mais controlada e preparada para encarar a vida. Dei um grande passo em minha vida: Me formei. Agora sou jornalista formada e com MTB. Me sinto vitoriosa por ter vencido todas as barreiras.

Regressei à casa de meus pais, provisoriamente. Fez-se necessário, porém com o tempo tudo se ajeita e as coisas vão ganhando forma. Que nasçam novas oportunidades, que venham novos horizontes, que possa concretizar pelo menos alguns de meus sonhos e anseios.

Tentei ser feliz. Procurei me distrair. Fui em todas as festas que fui capaz. Tentei curtir minha vida ao máximo, pois dela nada se leva. Conheci novos amigos e conservei os velhos, não muitos, porém os que me importam, os que amo. 

Não sou mulher de esperar o príncipe encantado. Ele é que me espere... Que eu ainda tenho muitas garrafas para entornar, muitos lugares para visitar e muita gente para conhecer. E talvez neste longo percurso eu conheça um vilão de tirar o fôlego e mande ao príncipe babaca uma carta de condolências....

Fechei meu coração pra balanço. Estou refugiada no silêncio que há dentro de mim. Chega de tanta mágoa. Não quero mais cristalizar-me em choro. Me sinto num luto brando. Por tudo que já passei, por todas as vezes que quase desisti, no fim, me apeguei somente à esperança. Eu sei, mais do que ninguém, que mereço ser feliz permanentemente e deixar pra trás tudo o que me faz mal. Essa nuvem vai passar. Confio na promessa divina. 

Agradeço a Deus e as forças de bondade divina que nos cercam pelas bençãos recebidas neste ano. Ao milagre da vida do meu irmão, sem ele nada disso faria sentido. Que anjos do céus continuem regendo nossas vidas, nos guardando e iluminando nossos passos ao novo. 

Não poderia faltar o brinde, que vai para todas as pessoas que fizeram de 2012 melhor do que o ano anterior... E os que não me acrescentaram nada, vão simplesmente permanecer eternizados no meu passado e sem esperanças de volta. Na minha vida só os que merecem! 

E assim vou indo... rumo à 2013. Ele vem chegando e eu desejo muitas mudanças, não somente no mundo e nas pessoas, mas, principalmente dentro de mim. Que venham novos sentimentos para meu turbilhão, novas experiências e momentos memoráveis. Pois eu sou mesmo, essa explosão, quase como um show de fogos de artifício que anunciarão a chegada não só de um novo ano, mas de uma nova etapa de vida. Mal posso esperar o estouro das champanhes!!!




sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Como uma explosão de sentimentos da imortalidade


Às vezes me sinto como protagonista de um filme, só que da minha própria vida. Como se eu pudesse ‘voltar a cena’ e reeditá-la, como em uma matéria jornalística. Mas infelizmente o mundo não gira em torno de mim mesma, acho que eu é que giro em torno do mundo.

Se um piti muito louco resolvesse, ou alguns minutos de histeria. Um grito, uma birra, um choro. Silêncio, apenas silêncio. Mas na maioria das vezes fingir não sentir é a única maneira de sobreviver.

Seria tão mais fácil se pudéssemos prever tudo que fosse acontecer. Que pudéssemos dar todas as respostas não dadas... saber os porquês dos porquês... Silêncio.

Deito-me. De lado, de frente, de bruços... pro outro lado. Milhares de pensamentos perturbam-me... eis a existência, resistência... reflexos do ser, ter, querer... e não poder. São como turbilhões, tudo-ao-mesmo-tempo-agora. Ah se eu fizesse mesmo tudo que penso, ah se tudo que imagino fosse realidade.
A vida é tão mais bonita vista daqui de dentro.

Busco encontrar nas palavras um refúgio desse mundo. 


sábado, 10 de novembro de 2012

Como jóias roubadas de desilusão


Por alguns instantes fui formatando mil futuros em minha cabeça, mil ideias e emoções. Puff! Era como num filme, onde tudo passa diante dos seus olhos e você fica ali fazendo uma porção de suposições. E se, e se, e se... Não quero viver de ‘Se’.

Às vezes uma palavra tem o poder de mudar toda uma vida, não pela palavra em si, mas pelo significado. Eu tenho uma mania imbecil de imaginar demais de viver desses “Se” intermináveis. São apenas milhares de possibilidades, que talvez nem vão acontecer. 

Opção. Eu não quero ser mais uma e nem criá-las. E mais do que nunca eu quero que o tempo passe, e passe... Tenho muita coisa acumulada dentro de mim e sei que aos poucos vou me livrando de todas. Às vezes tenho meus pensamentos tomados por todas elas, quer dizer, na maior parte do tempo elas me tomam toda minha mente. Não raro, escorrem-me pelos olhos, não sou tão forte assim, são gotículas de lembrança do desnecessário, e assim, vou eliminando toda essa carga que há anos venho carregando.

Esses porquês nunca poderão ser respondidos, se é que existem respostas. Porquês que nunca saberei, morrei com tantas indagações que chegam a ‘lesar-me’ a alma. Não é justo. A minha vida não vem sendo nada justa. Não estou mais esperando tanta coisa, mas nem por isso o suficiente vai me bastar. Chega de viver de migalhas.

Como ninguém entenderia, algumas coisas eu só guardo pra mim. A maioria delas não passa mesmo de devaneios meus. Eu espero é parar de ‘viajar’ tanto e começar a viver mais, a me desprender de certas amarras que só existem na minha cabeça. Só quero que toda dor que isso envolve se dissolva nas lágrimas, que doídas!

quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Essa abstinência uma hora vai passar

Nunca o tal do “Carpe Diem” caiu tão bem em minha vida, estou aproveitando ao máximo cada minuto dos meus dias sem me preocupar com as páginas do calendário ou os ponteiros do relógio. Atitudes precipitadas levam a consequências inesperadas, agir sob opinião alheia não me convém.

Sabe aquela música da Pity que diz: “Tô aproveitando cada segundo, antes que isso aqui vire uma tragédia”. Ela resume minha vida no momento, nos mais variados aspectos. Foi necessário me anular um pouco e ligar uma espécie de piloto automático por um tempo. Sei que isso vai passar... estou com muitas responsabilidades... não posso ‘abandonar o barco’ agora.

Quem eu amo merece, minha família é meu esteio. Merece minha total dedicação e também minha compreensão. O tempo passa... Amanhã é outro dia, não é? Até hoje não foi muita coisa que valeu a pena...

Volta e meia ficava me perguntando: “Tá valendo a pena?”. Logo surgiria um “Não!”, imediato. Muitos planos na gaveta, mas sempre procurei não deixá-los pesar aos ombros de ninguém ou até mesmo porque nunca ninguém mereceu ser o cara dos meus planos. Por ora tive boa sintonia com alguns dos meus candidatos, tenho uma, digamos... pré-disposição a quem vá me enlouquecer em pouco tempo.

Trocando em miúdos, tenho poder de atrair gente chata, devo ter um imã ou um grande chamariz pra esses estereótipozinhos. Estou cansada de gente vazia e sem sal. Gente que vive de aparência e na verdade não passa de mais um perdido na multidão. Gente problemática, ou talvez bipolar, não sei. Às vezes acho que tenho um cupido da mira torta, que deve sair atirando pra todos os lados, e eu que acabo sem lado nenhum.

Por algum motivo que desconheço, eu gosto desse romantismo démodé, trago comigo essa coisinha de programinha a dois e todo mimimi que isso envolve. Prefiro assim, e por vezes, isso assusta. Porque eu sou mesmo assim, uma explosão de sentimentos.

Se eu fosse lá tão carente ou ‘forever alone’, eu estaria aí, namorando por conveniência ou por falta de melhor opção, como há muita gente por ai. Eu to me dando esse tempo, isso ninguém vê. Sozinha? Não me sinto sozinha. Taí uma coisa que eu não digo. Pra que eu vou ficar expondo meus paquerinhas, amores, amizades-coloridas ou sei lá que nome isso leva? À troco de...? Meus affairs eu não preciso escancarar, nem provar nada pra ninguém. Gosto da vida que venho levando. Das sensações do momento.

O título “em um relacionamento sério” pouco muda em minha vida, namorando ou não, quem deve saber sou eu e o carinha, nada além disso. Até mesmo porque expor demais só traz motivo pra dar conversa a quem não tem mais o que fazer.

Estou buscando minha felicidade dentro de mim mesma. E sabe? Ando me amando muito... nesses vinte e um anos e já vivi muita coisa desnecessária... aprendi o dobro e na verdade, estou cansada, quero me divertir um pouco. Talvez seja necessário um copo de bebida, um sonzinho e uma amiga disponível, mas nada além. Vou esquecer um pouco a razão, deixar de lado esse trouxa desse coração e seguir o fluxo da minha vida. Porque é assim que tem que ser. Eu já passei da fase de me humilhar para conseguir as coisas.

Já ouvi muitas vezes a mesma coisa, o mesmo argumento capenga, e quer saber? Me dá sono. E se eu fosse mesmo pequena, indefesa e assustada eu ia cair nessa conversa. Esse joguinho já está bem ultrapassado. Nunca o fiz.


segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Ingrato Sorriso


Porque a vida da gente é desgramenta assim mesmo. Nada do que a gente faz vai ser reconhecido, nada do que você faça terá valor.

Às vezes você se mata, se anula e se cala, tudo para agradar, tudo para ajudar, tudo para o bem de todos. E o que você ganha com isso? Um tapa na cara. Um tapão daqueles de te deixar desnorteado, de te partir o coração e embaralhar as vistas.

É por isso que eu aprendi a não confiar em ninguém, a não acreditar em promessas e palavras de sorrisos fáceis. É muito fácil jogar as coisas na cara da pessoa, depois que ela já deu todas as suas forças vitais para te ver vivo.

Dormirei com a consciência em paz de que meu dever foi cumprido e de que fiz a coisa certa.


quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Desiludindo


Lágrimas. As doídas a gente não dá conta de segurar, elas escorrem, quentes e atrevidas pela face moça. Não dá.

Estou no meu helicóptero imaginário, que neste momento está me levando pra bem longe daqui. Como queria ser capaz de arrancar os sentimentos deste coração, jogá-los fora e não mais sentir! Mas isso mataria o meu ser, acabaria com minha personalidade e não seria a Natália. Não.

Corro o risco de mostrar-me sentimental, que sou de expor meus intensos sentimentos. Queria poder pedir indenização por todos os danos causados pelas pessoas que me magoaram. Elas me amargaram  e me fizeram não mais acreditar em qualquer palavra. Não queria ser assim, mas torna-se necessário para sobrevivência e convivência com os seres da espécie humana!

Que vontade de pegar meu unicórnio e cavalgar pelas colinas, esquecer disso tudo e de todos, de secar todas as lágrimas que volta e meia marejam meus olhos e entristecem-me o olhar.


domingo, 16 de setembro de 2012

Explosão de um sábado à noite


Cansa criar expectativas quando no fundo você sabe que todos os acontecimentos que lhe importam não são mais que provisórios. Talvez durem alguns dias, talvez até mais, no entanto, nada além de uns dias. Dias que talvez vão fazer parte de uma história inteira de vida, mas que no futuro não tão longe serão mais uma daquelas lembranças do que se viveu na juventude.

Já vivenciei muitas histórias no palco de minha vida, e por muitas vezes tive que me “vestir” de certos personagens para conseguir sobreviver, para fazer o que deveria ser feito. De fato torna-se necessário vestir uma armadura no coração, ou pelo menos tentar fazer isso, quase sempre em vão. Um sorriso nos lábios, lágrimas caindo, um Band-Aid no coração... e tudo bem. Retoco a maquiagem e parto pra batalha. Só eu sei o que se passa dentro de mim.


Sinto como se fosse explodir de tanto sentimento. Um mix de paixão, ódio, saudade, raiva, angústia foi batido no liquidificador de minha alma, dissolvido no sangue de minhas veias como uma forma de alimento para meu ser.

Passam tantas coisas dentro deste coração todos os dias, e meus segredos continuam aqui guardados... Palavras que mentem dia e noite, confusão de paixões e inversão de valores. Não sou apenas uma mulher carente. Esse meu coração de vinte e poucos anos não sabe ouvir conselhos, de nada adianta todas aquelas frases já conhecidas e decoradas. Minha explosão não aprendeu a ter paciência, aprendeu que no dia seguinte sempre volta.

E sempre que a gente acha que já viveu tudo que tinha para viver, aparece mais uma insanidade à sua frente.
Pego-me todas as noites fazendo um retrospecto de minha vida e isso me faz perceber que ela consiste em uma eterna repetição de ciclos, praticamente um karma ou algo do tipo. Oh, será que uma hora esse trem vai desandar?

Acho que às vezes eu deveria seguir a maioria dos conselhos que dou para os outros. Estou me desapegando de tudo aquilo que me fez sofrer, estou jogando fora todas a s energias negativas que ficaram acumuladas dentro de mim.

Todos as noites, antes de dormir, todos aqueles sonhos pueris vêm à tona, tomando conta de todo meu ser, de um modo inexplicável e incontrolável. Não mais querendo mudar o mundo e salvar o planeta, quando pequena. A vontade de que aquele sorriso se abra, que as horas passem, que as datas cheguem, que aquele tão esperado emprego dê certo... quem sabe o príncipe encantado apareça... ou o desencantado (no meu caso é bem mais provável).

Fico tentando me enxergar trabalhando, jornalista que sou naquele tão sonhado emprego (que todos que me amam sabem qual é). Um apartamento todo decorado com objetos que eu gosto. Um apê com uma sacadinha graciosa onde eu possa colocar um vasinho de flores roxas. Olhar para estante com porta-retratos espalhados com fotos dos momentos importantes: aniversário de 15 anos, colação de grau, festa do trabalho com os amigos, casamento, nascimento do primeiro filho... Um bichinho de estimação! Que eu possa ter um carro vermelho, um ar condicionado no quarto para refrescar-me nas noites quentes, uma manta para me aquecer, um colo a dar e a receber. Um travesseiro de penas a me esperar. Um suco de laranja na mesa do almoço de domingo, um copo de água mineral para matar a sede, um sofá que me abrace para tirar a tensão do dia-a-dia. Um abraço daqueles que só avó sabe dar, carinhos na hora de levantar, um beijo carinhoso de despedida.  Meus pais para me amar. Incondicionalmente.
Estou aqui, meu Deus, esperando Seu tempo chegar. Há de chegar, tenho fé.


terça-feira, 14 de agosto de 2012

Juro que não entendo esses seres que muitos por aí insistem em chamar de "humanos".
Se isso é realmente ser um humano, eu não devo pertencer à este planeta.
Revoltada? Não... eu já passei dessa fase à muito tempo!
E este não foi eu, foi meu eu lírico.
INDIGNADA


terça-feira, 17 de julho de 2012

E a ausência causa dor


Saudade já não é a palavra certa pra explicar...


O calendário já marca os dezessete do mês de julho. Chegou a frente fria, mais que esperada. Um dia típico de clima paulistano, de muito frio e nevoeiro invadiu a cidade de Urânia. Há doze anos minha família se mudava para Urânia, eu era uma criança de nove anos e meio, com sotaque da capital, cujo sonho era ganhar um “cachorrinho de verdade”, pedido de anos consecutivos para o Papai Noel, que segundo meu pai, não dava presentes vivos.

E eis que aos dois o mês de agosto do ano 2000, minha mãe chega com uma filhote que fora vendida como mestiça poodle. Uma bolinha de pêlos preta, a qual batizamos de Kika. Ela foi, sem dúvidas, meu melhor presente de infância.

Kika foi a sujeitinha mais temperamental que já conheci, de um gênio particularmente contestável, de um humor que oscilava mil vezes durante o dia. A única cachorra que respondia ao seu nome com um rosnado, mas de um coração “de papelão”. Talvez ela tivesse mesmo um pouco de mim!

Minha xepa (apelido carinhoso que dei a ela) passou a vida toda cuidando do quintal. Ela sempre foi proibida de entrar em casa, mas ela nem ligava. Kika não tinha medo de nada, enfrentava os trovões ou fogos mais assustadores. Em seus tempos áureos não ficava um só ser vivo naquele quintal, exceto ela mesma.

Minha cachorrinha não gostava de brinquedos, a não ser para enterrar ou arrancar-lhes a cabeça e o recheio. As garrafas pet lhe agradavam, mas apenas até tirar a tampinha. Ela sabia brincar de esconde-esconde e pega-pega. Quando jovem corria feito louca pelo quintal e cavava até quase chegar ao Japão. Sem contar que destruiu todas as plantas, flores e tentativas de horta. A preferida foi a erva-cidreira, que fez de chiclete até matar.

Se é que existe um céu dos cachorros, como diz minha mãe, com certeza ela deve estar lá. A não ser que São Francisco a condene pelos passarinhos que ela devorou e por um gato que ela matou (coisa que fiquei sabendo a pouco tempo), ou pelo gambá sorrateiro que invadia o quintal de madrugada, caça que ela trocou por um pedaço de mortadela, negociado. Creio que seu instinto caçador pouco importa, comparando ao bem que ela nos fez.

Ela sofria de audição seletiva, só ouvia o que lhe era conveniente! Palavras como “papa”, “bolacha”, “carninha”, “vamo” ou “passear de coleira” eram as únicas para as quais ela dava importância. Kika também tinha educação e princípios, sabia o significado das palavras “espera”, na hora de atravessar a rua e “dá licença”.

A mãe mais desnaturada que o mundo animal já conheceu Kika não dava nem o mama para seus filhotes, mas se alguém chegasse perto virava uma leoa. Pena que os seus não viveram por muito tempo. Nosso Boby nos deixou após um ano e meio. Ela adotou minha “pudim-zinha” Princesa, que sempre teve a regalia de dormir dentro de casa, mas mesmo assim a adotou como sua filhote, mas isso não impedia que elas competissem por atenção e carinho e morressem de ciúmes uma da outra.

Aproveitei cada segundo da vida de Kika, até seus momentos finais, estive sempre ao lado dela, que não era de raça, muito menos derivada de poodle. Sua raça era uma verdadeira incógnita. Há quem diga que era uma variação do pequinês.

É impossível lembrar das peripécias dela sem chorar. Ela me acompanhou durante esses doze anos. Três meses de sua ausência.

segunda-feira, 2 de julho de 2012

Quando as letras fazem todo o sentido

Do sentimento de tornar-me jornalista diplomada



Sensação de que consegui escrever mais um capítulo da minha vida. Talvez uma sensação de dever cumprido e de que eu sou capaz.

Dediquei os últimos três meses da minha vida ao TCC, Trabalho de Conclusão de Curso. Há dez dias defendi minha banca. Fiz um fotolivro que aborda a infância da cidade de Urânia, onde cresci. Foi um trabalho que levou aproximadamente 8 meses para chegar ao resultado final.
Penso que foram meses dos mais desgastantes da minha vida. Murphy se apaixonou por mim e não me deixou em paz. Passei por coisas que jamais imaginei que fosse viver. Briguei com gente que jamais desejaria ter conhecido. Tive que engolir muita cara feia e injustiça. Mas acho que o mais importante é o que fica: eu não desisti.

Sabe o que tem de mais legal nessa história toda? Eu não precisei de ninguém para não cair. Eu não necessitei de remédio algum para sobreviver, de mensagem nenhuma para não chorar nos momentos mais difíceis. Quando a coisa apertava, eu corria para o único colo que vale à pena: o da minha mãe.
Quantas e quantas vezes eu chegava de madrugada à casa dela, com os olhos marejados e vontade de desistir, com uma mochila nas costas e os equipamentos fotográficos nas mãos. E aí ouvia palavras de incentivo, passávamos noites em claro, por vezes em frente ao computador para dar tempo de finalizar as coisas dentro dos prazos.

E no último dia 29, realizei o sonho de me tornar jornalista diplomada. Só acreditei que consegui quando ouvi meu nome anunciado, e me enxerguei de beca e capelo, recebendo a rosa do meu querido professor Marcelo, que além de me ensinar muito sobre jornalismo comunitário e sociedade, se tornou um grande amigo. Recebi o canudo, e a lembrancinha, seguido de um sincero abraço, emocionado, da minha querida professora Renata, da qual nunca vou me esquecer.

A minha felicidade foi ainda maior quando vi a felicidade das pessoas que amo, que estavam ali presentes, naquele momento tão importante pra mim. Que se fizeram presentes também quando nem tudo foi um mar de rosas. Aqueles que realmente importam. Eles estavam ali por mim. Neste momento tive a certeza de que realmente eu nasci para isso e lembrei-me de quando tinha quase sete anos e tinha vontade de me tornar escritora. Minhas palavras, agora, começam a fazer mais sentido.











domingo, 3 de junho de 2012

A constante mudança em minha vida

Eu não imaginava que as mudanças começariam tão rapidamente. Em algumas horas tive que decidir o rumo que as coisas tomarão daqui pra frente. E é incrível como um ser, que nem merece ser chamado de humano tem o poder de mudar tanto a vida da gente. É tenso.

Ter a casa invadida pela segunda vez em 20 dias foi uma das piores coisas que já passei. Olho para aquela fachada e é como se eu nunca tivesse morado ali. É uma sensação horrível. Tenho convicção de que é a mesma pessoa.

A gente sempre acha que isso só acontece com os outros. Uma das piores sensações que já tive é de chegar em casa e ver tudo revirado, ver o vitrô quebrado e a porta contorcida, arrombada. Sensação de impotência. E pior, em plena luz do dia, perto das 15h da tarde de uma sexta-feira, que nem era 13...

Ter que mudar meus planos, meus pensamentos e meus desejos. Abrir mão de terminar meu TCC dentro do prazo para correr atrás de imobiliária, casa, mudança, caixa de papelão... Não era o que queria para o momento. Mas se fez necessário, nossa segurança está em primeiro lugar. Quero poder deitar na cama e olhar para o teto e me sentir em casa, segura, protegida. Saber que ali estou bem e nada de mau vai me acontecer.

Espero que a partir desta segunda-feira seja o marco de uma nova etapa. Que seja o início de um novo ciclo de vida. Sinto que coisas boas virão, tenho fé. Que Deus me dê forças para enfrentar cada dia como se fosse uma batalha rumo à felicidade e realização dos sonhos.


Logo tudo vai se clarear, essas nuvens negras vão passar
By: Natália Cardoso

quinta-feira, 31 de maio de 2012

O brilho do rubi

Maio está se findando e com ele a faculdade também. 

Com o TCC descobri que não sou apenas apaixonada por fotografias, é muito mais que um hobby, é o que eu quero fazer na minha vida. Quero muito comprar um equipamento, que pelo menos dê pra ir treinando minhas habilidades.

Planos? Tenho muitos. A começar por arrumar um emprego, de preferência por aqui mesmo, preciso fazer meu pé de meia, né? Além de amadurecer melhor minhas ideias. Quero fazer uma boa pós em uma faculdade conceituada, estudar fotografia, fazer quem sabe aquela faculdade de maquiagem profissional (um sonho!). Ter aquele emprego, que almejo desde criancinha. Não vou mencionar onde e o quê, pois quem me conhece sabe, e sabe também que eu vou correr muito atrás desse sonho.

Vontades eu tenho, e muitas! Quero ir para uma cidade grande, talvez São Paulo, Campinas, Americana... ou talvez ir embora pro Matogrosso de Deus! Sei que Ele está preparando o que for melhor para mim.

Eu não estou apenas terminando o curso de Jornalismo, estou encerrando um ciclo. É bom saber que vou entrar numa nova etapa de vida. Mesmo com somente 21 anos, sinto que estou mais madura, mais preparada para enfrentar o que vem pela frente. Quando olho para trás e vejo tudo que passei para chegar até aqui me sinto vitoriosa.

Acho que, depois de tantas tristezas e decepções, que não preciso mencionar, chegou o tempo de me abrir para coisas novas. Tenho fé que tudo há de melhorar. O que passou já era e não volta mais. Não vou mais ficar me remoendo em histórias que não me levariam a nada. Acredito muito nesse lance de destino, que a gente constrói nossos caminhos e seleciona quem vai fazer ou não parte de nossas vidas. Tenho convicção que foi isso que eu fiz: selecionei.

Tenho uma vontade imensa de constituir família, casar e ter filhos. Penso até que sou uma raridade dessa minha geração. Quero sim uma vidinha tranquila.. Um porta-retrato na estante, de um momento feliz.

Não sou deslumbrada, tenho consciência do que sou e não duvido que vou chegar onde quero. Dinheiro é sim importante, é um detalhe da felicidade. Mas não é tudo. Conheço muita gente pobre mesmo que é muito mais feliz que a ‘elite’ que costumo, por vezes, conviver.

Quero viajar o mundo. Conhecer novos lugares e culturas. Ver gente nova, fazer amizades e coversar. Quero ver o mundo! Poder trabalhar para ter tudo que almejo. O necessário, não o absurdo. Ir à Paris, fazer um tur pela Europa... Londres... Depois ir para Dubai. Quero o diferente e o inesperado.
Mal posso esperar para realizar todos esses desejos e sonhos mais íntimos. Estou passando uma etapa que nunca irei esquecer. E digo: sozinha, superando meus limites pessoais, eu por eu mesma. Descobri quem sou. Me reinventei novamente. Sou uma pessoa mais completa. Em breve serei jornalista Natália Cardoso. E que assim seja!



Essa foto faz parte dos ensaios do meu TCC, mas essa não entrou para o livro!!! hehehe...

segunda-feira, 14 de maio de 2012

O preço da paz




Estou vivendo tempos tão difíceis para mim, nada parece dar certo. Tudo que eu julgava, seguro, fiel e verdadeiro virou fumaça. Tudo que mais quero? PAZ.

O que um dia fora sólido simplesmente desapareceu. Vai ver não era pra ser. Fiquei meses mergulhada em um mar de pensamentos, dentro de mim mesma. Acho que pelo menos aprendi a não me anular por nada nem ninguém.

Em meio à tanta reflexão interna, recalculei meus valores, priorizei algumas coisas e exclui outras da minha vida. Eu estava mesmo achando a minha PAZ.

Nunca imaginei que numa madrugada de um dia normal,  em que havíamos feito uma reuniãozinha de amigos na república, logo após a aula, onde pedimos aquela pizza de R$10,00 e compramos a cerveja em lata mais barata do serv festa, aqui perto da república, teríamos a casa invadida.

Quando todos foram embora, de madrugada, creio que aproximadamente 1h, guardei minha moto no fundo de casa, como faço todos os dias. Tudo absolutamente normal. Entrei para meu quarto, liguei o netbook e fiquei até altas horas na internet, twittando e facebukando, sustentando meus vícios digitais. Minha amiga estava na sala, vendo os programas da madrugada, da TV aberta. Tudo como todos os outros dias.

Madrugada essa que nunca vou me esquecer. Dormia como um anjo, até sonhei com... barulhos. Barulhos? Sim, mas não eram sonhos. Era minha casa sendo invadida por um ladrão gatuno. Ele estava no quarto da minha amiga, quando ela acordou e foi surpreendida por ele, que mandava calar a boca. Lógico que ela gritou. Gritos, gritos e correria. Momentos de pavor.

Abri a porta, achando que aquilo não passava de mais um delírio meu. As meninas corriam e gritavam. ‘É ladrão’!. Trancamo-nos, em questão de segundos, no meu quarto. Apenas uma trava vagabunda nos separava do ‘perigo’. Apenas um celular em mãos e muito medo. Quando vi estávamos as três em minha cama, tremendo e chorando, tentando tomar a decisão mais sensata: chamar a polícia.

Foram esses os minutos mais eternos da minha vida. O medo me deu uma coragem, que creio, saiu das profundezas da minha alma. Tenho grande convicção de que meus anjos da guarda estavam ali comigo naquele momento, me dando coragem, forças e discernimento. Ouvíamos barulhos que nos davam a certeza: ele ainda estava lá.

A polícia chegara. Jogamos a chave pela janela, naquela escuridão. Eles entraram. Somente a lanterna azulada dos policiais iluminava o ambiente. Pavor.

Abrimos a porta do quarto e saímos, calculando prejuízos e ligando para a família. Um amigo muito prestativo veio nos fazer companhia neste momento de tanta insegurança.

Telhado sem forro, de um pequeno corredor que dá acesso ao banheiro. Apenas três ou quatro telhas tiradas cuidadosamente e empilhadas, um vão pequeno e uma habilidade enorme. De pés descalços ele nos tirou algo tão precioso que tínhamos: nossa segurança.

Nunca imaginei que um dia fossemos passar por essa experiência, que julgo uma das mais traumáticas da minha vida. Agora as medidas de segurança já estão sendo tomadas.

É difícil esquecer os ruídos que me acordaram naquela noite, os gritos de medo e desespero das minhas amigas, meu coração disparado e as pernas trêmulas.

Sempre pensei que o lugar mais seguro que existe fosse a casa da gente, o quarto da gente. E em um momento tão íntimo e ‘puro’ do ser humano, durante seu sono, ser surpreendido por um meliante! 


Me pergunto: Onde vamos parar? Estamos falando de uma cidade do interior que é pólo universitário!!! Indignação, esta é a palavra!!!

Acho que só com o tempo iremos esquecer este pesadelo e conseguir voltar a dormir em paz.


Uma das medidas de segurança foi a adoção da vira-lata Loretta, agora nossa cão de guarda. Ela será treinada para se tornar um vira-lata raivoso!

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Da minha tese: Um Oi pode mudar uma vida

Traduzo minha felicidade em pequenos gestos, momentos e até mesmo palavras que tem até o poder de mudar uma vida.

E se aquele oi nunca fosse dito?
Se aquele olhar nunca fosse trocado?
E se o abraço não surgisse após os dois?
Se apenas uma palavra dita não tivesse sido pronunciada?
Assim surgem os momentos.

Quero momentos. Momentos bons, momentos felizes, alguns não tão alegres assim.
Não quero uma vida de felicidade plena todos os dias, até porque creio que não haja felicidade eterna em vida. A felicidade é constituída por momentos, e creio que eles podem ser eternizados, seja por lembranças,  em conversas com pessoas queridas, por fotos.

Aprendi depois de muito quebrar a cara, e esperar demais por coisas que jamais aconteceriam, ou sequer existiram (que talvez tivessem vida somente em meus pensamentos, na minha mente), que para ter esses momentos felizes só dependo de mim mesma. Preciso estar aberta para receber esses momentos com um sorriso estampado no rosto.

Aprendi a oferecer um café, uma água e até bons drinks para a minha felicidade. Ela está cada vez mais exigente. Ela não vem por meio de qualquer pessoa, e nem para qualquer pessoa.  Todos se tornam intermediários da felicidade, é daí que surgem os momentos que jamais serão esquecidos.

Às vezes com os instantes de felicidade nasce o amor. E quando nasce, eis que surge o sentimento mais confuso desse planeta, capaz de lhe arrancar os mais lindos sorrisos e de lhe dar uns micro-infartos. Mas tenho que confessar que a graça  de amar é essa: as sensações, das mais românticas às mais bizarras. E posso dizer: Essas sensações têm valido muito a pena.

A felicidade que busco está oculta em pequenas coisas, em um simples bom dia, um olhar diferente, um esboço de sorriso, um 'psiu'. Nada que se compre ou que se pague. Ah como me faz feliz um abraço!

Estou tendo uma série de momentos felizes, convivendo com pessoas que me proporcionam o sorriso. Uma, em especial, fez brotar em mim o dom de amar, bons instantes para sorrir e motivos para sonhar.