Pages

sábado, 27 de abril de 2013

Três meses

Eu quero certezas de sabores infinitos... de olhares inacabáveis, de palavras perpétuas. Eu quero a certeza sobre a incerteza...Não gosto de sobreviver nesses quases, vestígios de um talvez. Não quero ficar no ''se''.

Não quero pessoas genéricas nem pseudo-amores. Eu quero beijos frescos e abraços aconchegantes com cheiro de baunilha. Eu quero poder contemplar o mais belo anoitecer de mãos dadas, ver cintilando no céu cada uma de suas milhares de estrelas. 

Eu quero colo, ombro amigo, risadas e confissões. Momentos compartilhados de um dia banal. Quero carinho e cafuné nos cabelos. Quero o sorriso mais lindo e a gargalhada mais gostosa. Quero poder deter as lágrimas, que insistentes!

Não quero um amor mudo, sem assunto, que poupam-me de expressões. Ah! como me faz feliz uma ligação fora de hora, com milhões ou nenhum motivo aparente para se fazer, do cuidado rotineiro e cotidiano, do bilhetinho simplesinho numa folha qualquer, um sms ou e-mail inesperado.

Eu quero beijos e abraços desavisados, braços se encaixando nos meus abraços. E o amor nem precisa ser assim, o mais bonito, nem precisa ser infinito, basta que seja recíproco e nos faça sorrir.

Não quero viver um conto-de-fadas nem em um mundo cor de rosa. Eu quero discussões seguidas de reconciliações. E quando tudo não parecer ter mais jeito, pegar-me as mãos e me dizer que ficará tudo bem.

Tô botando fé naquela vozinha fraquinha do íntimo do meu ser, que diz "a hora vai chegar". 
- E se ela já chegou e a deixei passar?
- E se eu me precipitei em minhas ações (ou nas não-ações)?
- E se... ?

Talvez agora fosse tudo diferente.

Mas a vozinha tá lá, mesmo tão baixinha é tão intransigente! E me diz para não temer o futuro, para botar fé nessa intuição gostosa que me alimenta.

Não vou seguir por caminhos já trilhados nem me guiar pelo que esperam de mim. Esses meus sentimentos imoderados são verdadeiros sofrimentos. Ah esses pensamentos que vem e nunca vão! Sonhos que se misturam com uma 'falsa' realidade. Pouco tempo para muitas cicatrizes.

Um amor de "eu te amos" subentendidos, no olhar, gestos e atitudes. Por vezes relembrado em palavras escritas ou faladas. Um amor de fazer brilhar os olhos, de mãos geladas e coração descompassado. Um amor que tenho certeza que já vivi, só não sobrevivi.