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quinta-feira, 29 de maio de 2014

O casamento da felicidade com a simplicidade faz um ''final feliz''


V- Capítulo Quinto
Do sentido real do amor e felicidade

Aquela menininha de negros cabelos e óculos fundo de garrafa, sonhava em ser cientista, veterinária, escritora, astronauta, pintora, jornalista da Abril, chef de cozinha, secretária executiva de uma grande empresa. Tinha apenas 9 anos e os sonhos de um mundo todo na cabeça. Era aquela pequenina sonhadora, que pensava alto, que morava em São Paulo num bairro da Zona Leste, típico classe média. Às vezes, a menininha, que agora é mulher, fecha os olhos e consegue enxergar o metrô, sentir o ''cheiro'' da poluição e a garoa fina na cabeça. Tardes cinzentas de outono que jamais lhe fugirão à memória.

Cresceu garota solitária numa cidade pequena, perdida em teu mapa: Urânia. Chegou aos 9 anos e meio e agora partem aos 23 e meio. E agora, ao abrir os olhos sente o ''cheirinho'' da terra molhada, ouve os pássaros anunciando o novo dia, as araras pintando o céu com suas cores exóticas, ar puro! Vida sossegada, cidade boa para se viver. Ahh! como aprendera amar, ao longo do tempo, esse lugar.

Não gosta de lembrar-se da ingenuidade da adolescência, e de todos aqueles sofrimentos que foram até desnecessários; mas que percebe agora os porquês de tudo aquilo. Foi um despertar para a realidade, que muitas vezes é tão cruel. Ilusões e desilusões, sonhos e pesadelos, casos e descasos.

Depois de tantos percalços emocionais, voltou a sonhar. Sonhos reais e palpáveis. Uma pessoa com quem compartilhá-los. 

Aquela mocinha que sonhava com um futuro de sucesso e glamour, casamento de capa de revista 'metida a besta de interior', mansão, príncipe encantado, um belo emprego com um salário bem gordo...estudos no exterior... A realidade às vezes chega a ser cruel, e faz que os pés alcancem o chão. 

E percebe, também, o quão vazio era tudo aquilo. Quando tudo parecia tão sem graça, tão vazio e sem sentido, apareceu-lhe o tal príncipe (talvez desencantado, para as fábulas) mas encantado para os sonhos de Natália Beatriz.

Aquela Natália que lutou por sua saúde, que chorou por amores, que matou os leões diários, que trabalhou pela família, que descobriu o mundo por seus 'dons'. Aquela verdadeira menininha de castanhos olhos fora aceita, amada, abraçada, em todo sentido que essas palavras possam agregar.

Às vezes nota o quanto seu provável futuro será tão diferente do que outrora julgava ser o futuro ''perfeito''(que nem era lá tão perfeito assim). E se sente tão feliz e completa com isso que nem se surpreende, apenas agradece à Deus pela oportunidade de desfrutar da verdadeira felicidade, baseada no amor, estruturada pela fé e regada pelo verdadeiro significado de: VIDA. 

E se sente feliz por isso. E nem se surpreende.